18/12/2010

A CASA DO TEMPO PERDIDO!


Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade é cinza.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve
minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
À noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.

AUTOR: Carlos Drummond de Andrade

4 comentários:

  1. Muito lindo, bela escolha!

    Que teu Natal seja muito lindo e FELIZ! um abraço,chica

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  2. I wish you a Christmas filled with much peace and happiness

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  3. Muito lindo este poema, que vc tenha um final de ano bem legal, que venha acompanhado de muita paz. abraços Celina.

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  4. Amo entrar aqui, ficar por aqui sem fazer nada viajando pelas imagens e palavras sem pressa de voltar ou de ir. Amo estar aqui quando preciso de um abraço, de uma declaração de amor.
    bjosss

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